Acabo de ler o pedido de lockdown de 14 dias proposto pelo Ministério Público e Defensoria de Santa Catarina. O pedido é bem extenso e tem 86 páginas.

O pedido principal é que a justiça decida pelo lockdown total em serviços como comércio de rua, restaurantes, lotéricas e agências bancárias…

Há muitos problemas neste pedido.

Primeiro, não considera essencial sequer serviços como alimentação e serviços financeiros. Como a população mais humilde irá acessar benefícios sem os bancos?

Isso é apenas um exemplo…

Segundo problema: foi solicitado também fechamento de todos os serviços públicos PRESENCIAIS. Ou seja: pedem que o trabalhador privado fique sem emprego e que o serviço público receba salário MESMO que não existindo trabalho remoto.

Terceiro problema: a petição cita supostas medidas para “auxiliar o setor afetado”, citando medidas como a alteração do vencimento de tributos por 13 dias! Isso não é suficiente!

E como se não bastasse, há um pedido para que a justiça dê prazo de 48 horas para o Governo do Estado apresentar um plano econômico de recuperação financeira dos negócios atingidos.

Se, em um ano, poucas ações efetivas foram tomadas para ajudar os empreendedores, não será em 48 horas que isso ocorrerá!

Este pedido é – do início ao fim – fora da realidade.

Falar isso não significa reduzir a importância da pandemia. Chegamos a ter cerca de 400 catarinenses aguardando leitos de UTI no final de fevereiro. Nosso gabinete tomou medidas para auxiliar:

Em janeiro, propus permitir que a iniciativa privada compre e traga mais vacinas ao Brasil. Só assim superaremos a pandemia o quanto antes.

Graças a este debate, ontem foi sancionada lei que autoriza a participação da iniciativa privada na vacinação, ainda que de forma mais limitada do que seguimos defendendo.

Cobrei oficialmente o governo do estado e municípios sobre a aplicação dos recursos enviados pela União ao combate contra o COVID. Já estamos recebendo respostas para cobrar ações.

Por fim, no dia 25 de fevereiro, oficiamos com urgência o Ministério da Saúde para que auxiliasse no colapso da saúde catarinense. O Ministério enviou uma força tarefa para socorrer as cidades catarinenses em situação mais crítica. Ação fundamental para salvar vidas.

Estas são ações efetivas que funcionam para diminuir o número de mortes. Propagar a conscientização para que tomemos cuidados, também.

Proibir o sustento das famílias, não!

Por isso eu digo:

#LockdownNão