O PLP 34/2020 cria o empréstimo obrigatório para o combate ao coronavírus.

O que ele faz?

Obriga as empresas com patrimônio acima de 1 bilhão de reais a emprestarem o valor de até 10% do lucro líquido dos últimos 12 meses. Deputados esperam arrecadar até R$ 80 bilhões.

Quais os problemas?

Além de violar a propriedade privada, gera inúmeras distorções e fere importantes princípios:

Distorções Econômicas:
  1. Ignora que não existe relação entre o Patrimônio Líquido e a capacidade contributiva das empresas;
  2. Confunde a definição contábil de “ativos”, com “patrimônio líquido”, com “lucro líquido” e com “liquidez”.
  3. Trata as empresas de forma homogênea, enquanto na realidade muitas já estão passando por dificuldades.
  4. Ignora que lucro não significa disponibilidade de caixa.
  5. Coloca em risco o emprego de milhões de trabalhadores.
Jurídicas:
  1. Na prática, é um confisco. Experiências demonstram que esses valores não são devolvidos e precisam ser judicializados (lembra do Collor?);
  2. Usurpa o patrimônio do contribuinte por meio de excessiva tributação que, além de impedir a atividade empresarial, prejudica a própria fonte de custeio do Estado.
  3. Institui tratamento desigual entre os contribuintes, o que é vedado pelo art. 150, II, da CF.
  4. Determina de forma genérica que os valores arrecadados irão para o combate ao Coronavírus, ferindo a finalidade específica disposta no art. 148 da CF;
  5. Ofende o princípio constitucional da irretroatividade da norma tributária;
  6. Infringe a proteção do ato jurídico perfeito prevista no inciso XXXVI do art. 5º da CF;
  7. Fere o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade ao desconsiderar as obrigações (contratuais, fiscais e trabalhistas) e os custos (manutenção da estrutura física, tecnológica, logística, humana, etc); atendo-se a um único elemento dos balanços das empresas.

Quais os efeitos?

A medida pode:

  • Criar a necessidade de alienar ativos para poder honrar o empréstimo compulsório;
  • Elevar o risco para as empresas;
  • Comprometer o capital das instituições financeiras;
  • Reduzir a oferta de crédito;
  • Gerar escassez de capital de giro para o setor privado;
  • Criar insegurança jurídica;
  • Ameaçar a sobrevivência dos negócios e dos empregos;
  • Diminuir a renda da economia;
  • Afastar investimentos do país;
  • Reduzir a própria receita tributária do setor público;
  • Expulsar empresas estrangeiras com sede no Brasil.

O BRASIL NÃO TEM A MENOR CHANCE DE DAR CERTO COM ESSA MENTALIDADE ESTATISTA.