A consequência lógica da proibição de demissões é o aumento de demissões
Gastos com salários são geralmente os mais significativos para as empresas. Portanto, obrigá-las a manter todos os seus funcionários em um momento em que o faturamento cai, terá como resultado enormes prejuízos. Se essa situação se mantiver por muito tempo, é possível que sejam levadas até mesmo à falência.
Uma empresa que hoje demite 20% de seus funcionários está tentando, no final das contas, preservar o emprego de 80% deles. Os riscos de manter todos os funcionários pode resultar, ao fim e ao cabo, na demissão de 100% deles, juntamente com a extinção da empresa.
Muitos juízes têm agido ao arrepio da lei e contra a própria constituição ao proibir empresas de demitir, ou mesmo obrigando aquelas que tenham demitido a reintegrar os funcionários.
Ora, se as famílias estão gastando menos devido à pandemia e deixam de comprar sapatos, é justo que a fábrica de sapatos mantenha seus funcionários? Com a queda drástica nas vendas, como será possível pagar esses trabalhadores?
Ou os juízes obrigam as famílias a voltar a comprar sapatos, ou tornará impossível o equilíbrio das contas do fabricante. Mas é claro que eles não farão isso, simplesmente porque é impossível, além de ilegal, obrigar os consumidores a consumir.
Além desse problema óbvio, há ainda outro efeito perverso desse tipo de decisão judicial. Ela aumenta a insegurança jurídica, o que reduz a disposição das pessoas a empreender. Você certamente pensaria duas vezes antes de abrir uma empresa se soubesse que seria obrigado a manter todos os seus empregados justamente quando suas vendas despencam.
Como sempre, a estrada para o inferno é pavimentada por boas intenções.
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