É importante separar as coisas: prorrogar eleições é diferente de prorrogar mandatos e é diferente de unificar eleições. Entenda:
Prorrogar eleições
Desde que seja antes de dezembro, não há problema algum.
Se for necessário, aceitamos, mas se tentarem aproveitar pra passar outras mudanças, daí não.
Prorrogar mandatos
Isso é um desrespeito enorme com a democracia.
Não dá pra fazer o pleito depois de dezembro, pois assim haverá necessidade de prorrogar mandatos e manter nos cargos prefeitos e vereadores do Brasil inteiro que, muitas vezes, estarão governando sem voto e sem respaldo popular.
É inadmissível prorrogar eleições para 2021, pois isso gera um precedente perigoso para, no futuro, governantes prorrogarem eleições por 2, 3 5 anos e assim se perpetuarem no poder.
“Ah, Gilson, mas seria bom unificar as eleições”
Essa é uma outra discussão.
É possível unificar sem prorrogar as eleições de 2020, por exemplo, fazendo com que as eleições desse ano sejam para mandatos de 6 anos.
Ainda assim, vale ponderar os pontos positivos e negativos dessa unificação:
Positivos:
- Agilidade dos trabalhos, afinal o Congresso Nacional praticamente pára durante o período eleitoral.
- Economia, pois as eleições são caras e economizaria-se muito com a unificação.
Negativos:
- A eleições federais sequestram a discussão dos debates municipais
- A população está sujeita a ondas. Em 2018 tivemos a onda PSL e já sabe-se que isso não foi bom. Em 2014 tivemos a onda Lula…
- Realizar as eleições a cada dois anos garante a alternância de ideologias e de poder para construir, ainda que lentamente, uma democracia mais concreta.
Apesar do debate, considero que não é o momento para essas discussões. Temos que concentrar nossos esforços nas eleições de 2020.
E você, o que acha? Deixe o seu comentário aqui:
Unificação é péssima! Se nas eleições federais/estaduais o eleitor já não sabe o que são os 5 cargos para os quais vota, imagine 7 cargos…
Tem que ser feito justamente o contrário: separar as eleições federais e municipais e, como em outros países, separar a eleição do Legislativo e Executivo, para que os eleitores entendam o papel e a enorme importância do Legislativo!
O custo de realização de uma eleição é irrisório, comparado ao dano de más escolhas.